Em 'Breve espaço entre cor e sombra', Tezza retorna aos elementos que já se tornaram marca do autor - a ambientação na cidade de Curitiba e a timidez e solidão dos personagens. O livro começa com o enterro de Aníbal Marsotti, um pintor curitibano, mestre, amigo e desafeto do protagonista, Eduardo Tato Simmone. Tato, 28 anos, é um pintor sem projeção, que pode ser um talento a ser reconhecido ou simplesmente um artista medíocre. Pessoa de relacionamentos complicados, ele é sustentado pela mãe, e nunca realizou uma exposição ou vendeu um quadro. Mas sua situação pode mudar. Além da ação urbana, tão próxima e envolvente, 'Breve espaço entre cor e sombra' encanta pela construção de diálogos e pelas impressões do autor sobre a arte. O leitor é lançado num universo de idéias habitado por Piet Mondrian, Picasso, Goya e Modigliani. O tempo do livro corre lento e sinuoso, atento como quem aprecia calmamente uma tela de Degas.